Neste labirinto, não sei se sou eu que te procura, se és tu que me procuras, se sou eu que me procuro.
A tua voz dentro do meu coração, a minha dentro do teu, o meu silêncio, a tua voz, as minhas e as tuas dúvidas, o meu corpo que te pertence, o teu corpo que me cobre a pele, um emaranhado de mim e de ti, nós dois para sempre juntos.
Eu não procuro nada em ti,
nem a mim próprio, é algo em ti
que procura algo em ti
no labirinto dos meus pensamentos.
Eu estou entre ti e ti,
a minha vida, os meus sentidos
(principalmente os meus sentidos)
toldam de sombras o teu rosto.
O meu rosto não reflecte a tua imagem,
o meu silêncio não te deixa falar,
o meu corpo não deixa que se juntem
as partes dispersas de ti em mim.
Eu sou talvez
aquele que procuras,
e as minhas dúvidas a tua voz
A tua voz dentro do meu coração, a minha dentro do teu, o meu silêncio, a tua voz, as minhas e as tuas dúvidas, o meu corpo que te pertence, o teu corpo que me cobre a pele, um emaranhado de mim e de ti, nós dois para sempre juntos.
Emaranhado de linhas de pescadores no Ginjal |
Eu não procuro nada em ti,
nem a mim próprio, é algo em ti
que procura algo em ti
no labirinto dos meus pensamentos.
Eu estou entre ti e ti,
a minha vida, os meus sentidos
(principalmente os meus sentidos)
toldam de sombras o teu rosto.
O meu rosto não reflecte a tua imagem,
o meu silêncio não te deixa falar,
o meu corpo não deixa que se juntem
as partes dispersas de ti em mim.
Eu sou talvez
aquele que procuras,
e as minhas dúvidas a tua voz
chamando do fundo do meu coração.
('O lado de fora' de Manuel António Pina in 'Poesia, saudade da prosa')
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