Sou um mistério para ti e eu gosto de te manter ignorante sobre mim.
Ninguém é de ninguém mas de ti, então, é que não sou mesmo.
Mas não sintas receio nem reverência.
Sou biologia e química como qualquer outra pessoa.
No Ginjal, hoje de tarde, casal passeia junto ao rio |
A tua biologia mantém-me acordado
e ignorante. Sinto medo
e reverência pelos teus mistérios
sublimes e vulgares
como o sexo e o sono,
e depois lembro-me que pertences
a outro e à sua biologia
e que eu não irei nunca
dormir junto do amor
químico do teu ventre.
('A tua biologia' de Pedro Mexia in 'Menos por menos')
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