Ginjal e Lisboa

Ginjal e Lisboa

29 dezembro, 2010

Trago-te a rosa na ponta de uma espada. Eu sou o enigma. Tu a decifração.

Deixa o dia desaparecer, deixa a noite escorrer. E em meus braços aguarda que entreabra, para ti, a chama da paixão. Não te importes com o resto.

Tu pertences a ti, não és de ninguém, vive selvagem e para ti serás alguém.

(Uma rosa é uma rosa é uma rosa - no Ginjal, ao frio, ao vento, o Tejo a correr em baixo)

Trago-te a rosa na ponta de uma espada.
Eu sou o enigma. Tu a decifração.
Por fabulosos signos a amada
é a tua máxima significação.

Deixa o dia desaparecer na curva
das gaivotas que voam o que são
e devolve-te a ti em qualquer gruta
de carícias que abra a minha mão.

Deixa a noite escorrer até à alba
do olvido da nossa duração.
E em meus braços aguarda que entreabra
a eternidade   a chama da paixão.

Deixa em meu corpo teus dedos alumbrados
serem o acorde da pura vibração
da luz que em vertiginosa temporada
nos prendeu à aragem deste chão.


("Trago-te a rosa na ponta de uma espada" de Natália Correia in Dimensão Encontrada)

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