Ginjal e Lisboa

Ginjal e Lisboa

17 novembro, 2010

Se é sem dúvida Amor esta explosão de tantas sensações contraditórias, então explode coração!

Chega de tentar dissimular e disfarçar e esconder o que não dá mais para ocultar e eu não posso mais calar.

 Não dá mais para segurar: explode coração.

 E se é sem dúvida Amor esta explosão de tantas sensações contraditórias, não há dúvida, Amor, que te não fujo e que, por ti, tenho vivido eternamente presa!



(Perto da Fonte dos Amores no Ginjal, o JP deixou esta eloquente declaração de amor à sua muito amada Cris)

Se é sem dúvida Amor esta explosão
de tantas sensações contraditórias;
a sórdida mistura das memórias,
tão longe da verdade e da invenção;

o espelho deformante; a profusão
de frases insensatas, incensórias;
a cúmplice partilha nas histórias
do que os outros dirão ou não dirão;

se é sem dúvida Amor a cobardia
de buscar nos lençóis a mais sombria
razão de encantamento e de desprezo;

não há dúvida, Amor, que te não fujo
e que, por ti, tão cego, surdo e sujo,
tenho vivido eternamente preso!

(Soneto do Cativo de David Mourão-Ferreira)


2 comentários:

  1. o JP é um "louco de amor", G.

    (enganei-te em relação à foto com o "corazon". tinha ficado convencido que tinha sido tirada aí perto dessa, mas não, foi dentro de um barracão em ruinas)

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  2. Pois, de facto, não descobri o 'Corazon' e fiquei a pensar que me tinha passado despercebido. Mas valeu pelo passeio onde descobri a rosa que se erguia em direcção a Lisboa.

    Esses barracões em ruínas são uma atracção para mim mas não me aventuro, tenho medo. Saem de lá pessoas que não sei se me receberiam muito bem...

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