Ginjal e Lisboa

Ginjal e Lisboa

17 novembro, 2010

Ginjal, uma dívida antiga para com Romeu Correia

Daqui desta margem te espreito minha amada Lisboa. Sempre.

(Pescador no lindíssimo pequeno jardim junto ao Elevador Panorâmico no Ginjal)

Ao contrário do que é costume hoje não é um poema que escolho para aqui colocar.

Hoje recordo Romeu Correia, figura querida em Almada, sua terra, figura da cultura que publicou numerosos livros, recebeu prémios literários - apesar de autodidacta. E dinamizou bibliotecas, escreveu em jornais, participou em tertúlias.

Além disso - e isso é o que agora me interessa, pois por isso o trago aqui - amou, como poucos, o Ginjal.

Foi pelas palavras dele que conheci este local mágico. Li num jornal, há muitos anos, um artigo em que ele dizia que a melhor vista de Lisboa era a que se tinha do Ginjal, que o Ginjal era um local de grande beleza e descrevia um passeio ao cair da tarde.

Fui lá e conferi. De facto. É um lugar como nenhum outro no mundo. Lisboa é linda vista daqui.

[Em qualquer outro local do mundo civilizado este seria um lugar de eleição, um lugar acarinhado, protegido, património mundial. Por cá está ao abandono, degradado, ofensivamente maltratado. Contudo, apesar do desmazelo autárquico e nacional, conserva a dignidade que os locais especiais (tal como as pessoas especiais) sabem preservar, sejam quais forem as circunstâncias.

Sei que há planos para revitalizar este local, não sei em que consistem, mas espero que sejam de qualidade e que sejam postos em prática. Tal como já referi há tempos no Um Jeito Manso escrevi há uns anos à Presidente da Câmara a sugerir que esta fosse uma zona de arte, com ateliers alugados a artistas, com galerias de arte, bibliotecas  e livrarias especializadas em arte, com restaurantes, bares, espaços de tertúlia, de música, etc. É assim, com edifícios de vidro, com uma arquitectura fantástica, que imagino este meu Ginjal.

Recordo também, em Amsterdão, um hotel em que fiquei, que em tempos tinha sido o edifício da Câmara, à beira de um canal, hotel fantástico que nunca mais esquecerei e imagino um hotel assim, em cima do Tejo: seria uma experiência única, com mercado garantido, mercado de qualidade.]

Durante anos, por razões diversas, afastei-me do Ginjal mas agora voltei e o fascínio é ainda maior. Não me canso de o percorrer, de o fotografar, de o divulgar.

E, por isso, me lembrei de Romeu Correia e por isso aqui deixo uma fotografia (tirada à noite) da bonita entrada do Fórum Municipal que, tão justamente, leva o seu nome. É a minha muito modesta forma de lhe agradecer, de aqui o recordar.
  
("Les beaux esprits se rencontrent")

O espírito de Romeu Correia para sempre habitará o Ginjal.

3 comentários:

  1. conheces o painel feito por Louro Artur, em sua homenagem, junto às piscinas da Academia Almadense?

    é admirável.

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  2. Não. Onde é? Na entrada, onde se estaciona? Tenho que ir ver porque sou grande apreciadora de azulejos (vidé o meu post de hoje do 'Um Jeito manso')

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  3. sabes onde ficam as piscinas da Academia?
    ficam depois da Casa da Cerca, na direcção do Convento de S. Paulo.

    o painel fica mesmo em frente das piscinas. é óptimo para fotografar.

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