Ginjal e Lisboa

Ginjal e Lisboa

23 novembro, 2010

Às vezes despedimo-nos tão cedo que nem lágrimas há

O peso insuportável do amor, a despedida, o peso da voz, a solidão exposta, o desgosto.

Amei-te como se fosse a mais indefesa princesa; mas não sei se dura sempre esse teu beijo, amante dessa teia que o amor tece. Estás tão longe, nessa Lisboa que, distante, amanhece.

Às vezes despedimo-nos cedo demais.


(Lisboa que amanhece, vista do Ginjal, o Tejo azul de permeio)

Às vezes despedimo-nos tão cedo
que nem lágrimas há que nos suportem o
peso da voz à solidão exposta
ou
de lisboa no corpo o peso triste

Às vezes é tão cedo que nos vemos
omitidos
enquanto expõe
o peso insuportável do amor
a despedida

É tão cedo por vezes que lisboa
estende sobre os corpos o desgosto

Com os dedos no crânio despedimo-nos

("Às vezes despedimo-nos tão cedo" de Gastão Cruz, in “Poemas Reunidos”
)

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