Que o silêncio desça sobre o meu corpo como um lençol de seda macia. Ou que toque ao de leve a minha pele como um corpo de homem pedindo para ser amado. Que as palavras que nasçam sejam apenas as mais límpidas, as mais verdadeiras e que a erva, as flores, as árvores sejam sempre muito puras, de um verde muito lavado e fresco e que os pássaros se cheguem a mim como se eu fosse sua irmã.
Que eu me sinta sempre desejada, querida, próxima de tudo o que é natural e limpo: a terra, o mar, o céu, os pássaros, os gatos, as pedras, a luz, as nuvens, a maresia, o suave silêncio, o doce abraço, o carnal beijo.
Pequeno pássaro passeando no Jardim do Ginjal |
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As palavras mais nuasas mais tristes.As palavras mais pobresas que vejosangrando na sombra e nos meus olhos.
Que alegria elas sonham, que outro dia,para que rostos brilham?
Procurei sempre um lugaronde não respondessem,onde as bocas falassem num murmúrioquase feliz,as palavras nuas que o silêncio veste.
Se reunissempara uma alegria nova,que o pequenino corpode misériarespirasse o ar livre,a multidão dos pássaros escondidos,a densidade das folhas, o silêncioe um céu azul e fresco.
As palavras nuas que o silêncio veste desnudam-se de novo quando falam.
ResponderEliminarBom fim-de-semana
Exactamente. Um amigo meu advogado sempre me disse que o conselho que dá aos clientes é que não escrevam porque, quando escrevem, despem-se.
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