Era uma vez uma mulher
que via um futuro grandioso
para cada homem que a tocava
um dia
ela se tocou...
. Eu pensava que o amor
me faria uma rainha
e quando você chegasse
não seria mais sozinha.
Você chega da gandaia
só pensando numazinha
seu amor é pouca palha
para minha fogueirinha.
O que você jogou fora
é para poucos
o meu mal foi jogar
pérolas aos porcos.
Eu não sou da sua laia
não quero sua ladainha
pra ser mal acompanhada
prefiro ficar na minha.
Era Uma Vez poema de Alice Ruiz interpretado por Zélia Duncan
*
Já notou que eu te amo
Ou você pensa
Que toda vez que eu ligo
É por engano?
Já sacou que é meu vício
Minha droga
Meu barato
Ou vou ter que curtir a rebordosa
Em algum hospício?
Pra me deixar normal
Só uma overdose de você
Pra me pirar legal
Só uma dose dupla desse mal
Overdose poema de Alice Ruiz interpretado por Zélia Duncan
*
Em caso de dor ponha gelo
Mude o corte de cabelo
Mude como modelo
Vá ao cinema dê um sorriso
Ainda que amarelo, esqueça seu cotovelo
Se amargo foi já ter sido
Troque já esse vestido
Troque o padrão do tecido
Saia do sério deixe os critérios
Siga todos os sentidos
Faça fazer sentido
A cada mil lágrimas sai um milagre
Caso de tristeza vire a mesa
Coma só a sobremesa coma somente a cereja
Jogue para cima faça cena
Cante as rimas de um poema
Sofra penas viva apenas
Sendo só fissura ou loucura
Quem sabe casando cura
Ninguém sabe o que procura
Faça uma novena reze um terço
Caia fora do contexto invente seu endereço
A cada mil lágrimas sai um milagre
Mas se apesar de banal
Chorar for inevitável
Sinta o gosto do sal do sal do sal
Sinta o gosto do sal
Gota a gota, uma a uma
Duas três dez cem mil lágrimas sinta o milagre
A cada mil lágrimas sai um milagre
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