Ginjal e Lisboa

Ginjal e Lisboa

02 janeiro, 2014

Dinato: Que escreverei, companheiro? ........ Belzebu: Que ninguém busca consciência e todo o mundo dinheiro.


Não é de hoje. É da natureza humana. Mas tanto é a vã ganância como a pura consciência. O bem e o mal convivem, sempre conviveram, sempre conviverão. Por vezes prevalece um até que o outro venha e se imponha. O poder e a força aparentemente estão mais do lado do Mal mas sabemos todos (o Mal também sabe e por isso tão bem se defende) que o Bem se fará valer. Qualquer dia, qualquer dia.

Neste primeiro dia de 2014 que fique pois a lembrança que isto é ciência que vem dos antigos. Por cada um que quer a lisonja mesmo que envolta em mentira, há um outro que quer a verdade, que quer pagar o que deve, que a ninguém quer enganar. E que esses, os ninguéns, um dia, todos juntos, saberão expulsar do palco os que tudo querem gozar, obrigando os outros a pagar.

Feliz 2014!

Árvore derrubada e arrastada no Tejo, avistada no Ginjal





Todo o Mundo:
Eu hei nome Todo o Mundo
e meu tempo todo inteiro
sempre é buscar dinheiro
e sempre nisto me fundo.

Ninguém:
Eu hei nome Ninguém, 
e busco a consciência.

Belzebu:
Esta é boa experiência:
Dinato, escreve isto bem. 

Dinato:
Que escreverei, companheiro?
Belzebu:
Que ninguém busca consciência. 
e todo o mundo dinheiro. 

(...)

[Excerto de 'Todo o Mundo e Ninguém' contido no 'Auto da Lusitânia' de Gil Vicente, aqui num vídeo realizado para o EAD da ULBRA ]



5 comentários:

  1. Qualquer dia: Seremos muitos, seremos alguém.
    :)

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    1. Tomara, jrd, tomara. Eu quero acreditar que sim, mas não será fácil, pois não?

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  2. Olá, UJM

    Comecei a ler lá em cima, apreciando as palavras de Amélia Prado, da Clarice (que eu adoro)... e, fui descendo:

    Cheguei aqui, segui o caminho indicado e fui ouvir o Zeca. Tão lindo! A Voz que comove.

    E Gil Vicente, sempre actual, na sua crítica social. 'Todo o Mundo e Ninguém...', responsáveis que se diluem na 'espuma dos dias'.

    Obrigada por estes votos de um Ano Feliz e que realmente nos toque a todos com benesses e boa vontade entre todos.

    Agora, uma coisa engraçada: há poucos dias sonhei consigo, :), na sua casa, talvez 'in Heaven', havia lá qualquer coisa parecida com uma festa, mas nós, as duas, estávamos preocupadas em procurar em post seu, onde eu tinha cometido um erro gramatical (real), para o ressalvarmos. Ríamos que nem umas perdidas: então, como é que fazemos? Vamos dizer como? Por fim, optámos por estas fórmulas inócuas: 'que tinha ocorrido um erro', 'um lapsus linguae', tudo no meio de grandes risos. Depois, vi que a tal festa estava relacionada com bebés.Vem aí algum? :). O sonho terminou comigo a apreciar uma peça de roupa afim que retirei de um berço...

    Enfim... O seu leitor, do UJM, optou por um estratagema para a 'encontrar'. Quanto a mim acho que saí a ganhar :)))

    Beijinhos

    Olinda

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    1. Olá Olinda,

      E eu tenho a certeza de que se estivéssemos na minha casa in heaven, haveríamos de andar o tempo toda na conversa, na boa, na risota. Acho que nos identificaríamos imenso uma com a outra, na vida real como aqui.

      Isso dos erros é uma maçada e eu tremo da ideia de trocar as mãos e deixar passar erros meus. Tantas vezes que não releio o que escrevi e tantas vezes que escrevo já meio a dormir. E quando vejo um Leitor a deixar aqui um comentário com um erro? O que se faz? Se se publica, pode ser desagradável para o próprio, pode achar que é uma deselegância eu o expor assim. Mas e se a pessoa não sabe mesmo escrever bem e eu faço um reparo e a pessoa fica envergonhada? Não sei. Geralmente não digo nada, receio envergonhar. Espero que ninguém repare.

      Quanto a bebés eu até estou a estranhar. Há quase ano e meio que não nasce nenhum. Eu sei que por vontade de um deles, viria mais um rapidamente. Mas a vida está incerta e três crianças muda muito a logística a começar pelo carro pois não cabem três cadeirinhas no banco de trás. Por isso não sei. Do outro, creio que ficam mesmo pelos dois. Mas eu nisto não sei, eles é que se resolvem, claro. Por mim, que venham mais uns quantos.

      Até a minha prima de quarenta e tal anos, há um ano e picos teve mais uma bebé. Mas agora acho que dos meus primos, aquela bebé deve ter sido a última. E dos primos dos meus filhos que, há uns dois e três anos, também foi um vê se te avias está agora mais calmo.

      E o que eu adoro bebés, docinhos, fofinhos. O meu mais pequenino, o que tem quase ano e meio e que é um reguila, é o mais meiguinho de todos. Volta e meia, a meio da brincadeira, vem a correr para me dar um xi-coração muito apertadinho.

      Fico babadésima quando me ponho a falar deles.

      Espero que esteja tudo bem consigo e com a sua filha e com os seus.

      Beijinhos!

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