Ginjal e Lisboa

Ginjal e Lisboa

29 agosto, 2011

Rui Veloso interpreta O Prometido é Devido

Rui Veloso, uma boa pessoa, um nome grande da música portuguesa, volta aqui de novo.

Devo dizer que tenho um problema com ele: é que fisicamente está muito melhor agora que quando era mais novo. Por isso, faço aqui um varejo interminável a ver se o descubro como está agora e não com aquele ar de totozinho que tinha quando usava estes óculos de fundo de garrafa. Mas hoje não descobri e, portanto, cá está ele de novo, numa bela canção, numa bela interpretação mas uma pálida amostra do que é hoje.

Não interessa. Fechamos so olhos.


Naquele trilho secreto
Com palavras santo e senha
Eu fui língua e tu dialecto
Eu fui lume e tu foste lenha

Fomos guerras e alianças
Tratados de paz e péssangas
Fomos sardas pele e tranças
Popeline seda e ganga

Recordo aquele acordo
Bem claro e assumido
Eu trepava um eucalipto
E tu tiravas o vestido

Dessa vez tu não cumpriste
E faltaste ao prometido
Eu fiquei sentido e triste
Olha que isso não se faz

Disseste que se eu fosse audaz
Tu tiravas o vestido
O prometido é devido

Rompi eu as minhas calças
Esfolei mãos e joelhos
E tu reduziste o acordo
A um montão de cacos velhos

Eu que vinha de tão longe
(do outro lado da rua)
Fazia o que tu quisesses
Só para te poder ver nua

Quero já os almanaques
Do fantasma e do patinhas
Os falcões e os mandrakes
Tão cedo não terás novas minhas


(Letra de 'O prometido é devido', não sei de quem, mas provavelmente é do Carlos T)

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