Rui Veloso, uma boa pessoa, um nome grande da música portuguesa, volta aqui de novo.
Devo dizer que tenho um problema com ele: é que fisicamente está muito melhor agora que quando era mais novo. Por isso, faço aqui um varejo interminável a ver se o descubro como está agora e não com aquele ar de totozinho que tinha quando usava estes óculos de fundo de garrafa. Mas hoje não descobri e, portanto, cá está ele de novo, numa bela canção, numa bela interpretação mas uma pálida amostra do que é hoje.
Não interessa. Fechamos so olhos.
Naquele trilho secreto
Com palavras santo e senha
Eu fui língua e tu dialecto
Eu fui lume e tu foste lenha
Com palavras santo e senha
Eu fui língua e tu dialecto
Eu fui lume e tu foste lenha
Fomos guerras e alianças
Tratados de paz e péssangas
Fomos sardas pele e tranças
Popeline seda e ganga
Tratados de paz e péssangas
Fomos sardas pele e tranças
Popeline seda e ganga
Recordo aquele acordo
Bem claro e assumido
Eu trepava um eucalipto
E tu tiravas o vestido
Bem claro e assumido
Eu trepava um eucalipto
E tu tiravas o vestido
Dessa vez tu não cumpriste
E faltaste ao prometido
Eu fiquei sentido e triste
Olha que isso não se faz
E faltaste ao prometido
Eu fiquei sentido e triste
Olha que isso não se faz
Disseste que se eu fosse audaz
Tu tiravas o vestido
O prometido é devido
Tu tiravas o vestido
O prometido é devido
Rompi eu as minhas calças
Esfolei mãos e joelhos
E tu reduziste o acordo
A um montão de cacos velhos
Esfolei mãos e joelhos
E tu reduziste o acordo
A um montão de cacos velhos
Eu que vinha de tão longe
(do outro lado da rua)
Fazia o que tu quisesses
Só para te poder ver nua
(do outro lado da rua)
Fazia o que tu quisesses
Só para te poder ver nua
Quero já os almanaques
Do fantasma e do patinhas
Os falcões e os mandrakes
Tão cedo não terás novas minhas
Do fantasma e do patinhas
Os falcões e os mandrakes
Tão cedo não terás novas minhas
(Letra de 'O prometido é devido', não sei de quem, mas provavelmente é do Carlos T)
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