Ouço um bater de asas mas parece ser tão longe.
Onde está a ave que assim bate as asas? Aqui ou do outro lado do mar? E está agora mesmo ou é uma recordação do passado? Ou não, o que ouço passa-se num outro tempo, num outro espaço sem limites, sem interditos?
Onde está a ave que assim bate as asas? Aqui ou do outro lado do mar? E está agora mesmo ou é uma recordação do passado? Ou não, o que ouço passa-se num outro tempo, num outro espaço sem limites, sem interditos?
Tu que esperas por mim, estás onde?
És este que está aqui ao meu lado, terno amante, ou és o que está do outo lado do mar, viajante imaginário?
Tu que agora sorris ao ler estas palavras, és quem? Um romântico amante que me beija de facto ou um viajante eterno que me beija em sonhos?
Fim de dia sobre o Tejo |
Teu rosto, no meu rosto, descansado.
Meu corpo, no teu corpo, adormecido.
Bater de asas, tão longe, noutro tempo,
sem relógio nem espaço proibido.
Oh, que atónitos olhos nos contemplam,
nos sorriem, nos dizem: Sossegai!
Românticos amantes, viajantes eternos,
olham por nós na hora que se esvai!
Que música de prados e de fontes!
Que riso de águas vem para nos levar?
Meu rosto, no teu rosto de horizontes,
meu corpo, no teu corpo, a flutuar.
('Poema de amor', de Natércia Freire in '366 poemas que falam de amor')
Sem comentários:
Enviar um comentário