Ginjal e Lisboa

Ginjal e Lisboa

26 fevereiro, 2014

Eu creio que sonhar o impossível é como que ouvir a voz de alguma coisa que pede existência e que nos chama de longe.


De olhos confiantes, de coração aberto, de mãos generosas, de costas direitas, de cabeça erguida, avanço na vida. Procuro a beleza, os afectos, a alegria de dar e de receber, o prazer da procura. O mais importante na vida é fazer com que não seja em vão, com que não seja uma oportunidade desperdiçada. O mais importante na vida é saber vivê-la, é deixar uma marca nos outros, é fazer com que a caminhada seja um prazer para nós e para os outros. 

Digo eu. Mas é bem capaz de ser muito mais que isto. Muito melhor que isto. As palavras ficam aquém da beleza e da bênção que é a vida (por inabilidade minha).


Lançando-se ao voo

O mais importante na vida
É ser-se criador - criar beleza.
Para isso,
É necessário pressenti-la
Aonde os nossos olhos não a virem.
Eu creio que sonhar o impossível
É como que ouvir a voz de alguma coisa
Que pede existência e que nos chama de longe.
Sim, o mais importante na vida
É ser-se criador.
E para o impossível
Só devemos caminhar de olhos fechados
Como a fé e como o amor.




Este vídeo da autoria de CINE POVERO é dedicado ao Léo (que surge na 2ª fotografia)


"O mais importante" in «Canções» (1920) de António Botto (1897-1959) aqui dito por Manuela de Freitas in «Poemas de Bibe» [em parceria com Mário Viegas] (1990)


Música: Bernardo Sassetti (1970-2012), "Inocência - Movimento I"



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