Sabes que o teu sorriso sempre foi alimento para o meu coração. Ver-te chegar a sorrir. Olhares para mim e depois sorrires. Olhares para mim de longe e, (nada) disfarçadamente, piscares o olho e, maroto, sorrires. Sentares-te à minha frente e tentadoramente sorrires. O teu sorriso. Queria que me sorrisses sempre. Fico tranquila se me sorris, sinto-me amada se me sorris. Lembras-te de como sempre me fizeste sorrir? Nunca o esqueço. Jamais esquecerei cada um dos teus sorrisos. Fecho os olhos e vejo-te a sorrires para mim. Meu querido rapaz. Sorri uma vez mais para a tua menina, sorri. Tenho um jeito manso que é só meu, tu sabes. Então com o meu jeitinho manso peço-te, meu rapaz: sorri que o teu sorriso aquece o meu coração, sorri, meu amor, sorri de mansinho, aqui bem juntinho ao meu coração.
[E agora vamos ouvir o Manuel António Pina e depois vamos sorrir de mansinho com o Manhattan Jazz Quartet]
O Tejo sempre presente, embora o sorriso esteja ausente |
Nunca tinha caído
de tamanha altura em mim
antes de ter subido
às alturas do teu sorriso.
Regressava do teu sorriso
como de uma súbita ausência
ou como se tivesse lá ficado
e outro é que tivesse regressado.
Fora do teu sorriso
a minha vida parecia
a vida de outra pessoa
que fora de mim a vivia.
E a que eu regressava lentamente
como se antes do teu sorriso
alguém (eu provavelmente)
nunca tivesse existido.
('Café Orfeu' de Manuel António Pina in 'Algo parecido com isto, da mesma substância')
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