Ginjal e Lisboa

Ginjal e Lisboa

13 julho, 2011

A noite é breve e sôfrega. Veloz e esquiva a luz enlaça a luz.

É de noite que eu vivo melhor.

Espero que a noite sorva o dia para me sentir pronta.

É de noite, no silêncio da noite, ou nos sons da noite, que a vida, para mim, ganha nova vida.

O sono - é bem verdade - furta-me o tempo.

É de dia que os sonhos são melhores mas é de noite que melhor os concretizo (ou que concretizo os melhores) - acordada.

A noite guarda, dentro de si, a manhã, o dia seguinte. Mas é breve, a noite, é sôfrega.

Ginjal e o Tejo e Lisboa - entre a noite e o dia

A noite é breve e sôfrega.
Veloz e esquiva a luz enlaça a luz:
do tardio crepúsculo
vai emergindo a precoce manhã,
e o sono furta-nos o tempo
ou rapta-nos e afoga-nos com ele,
a abreviá-lo ou sumi-lo ou devorá-lo
onde não se tem um sonho para achá-lo.

(Poema XXXV de José Bento in Sítios)

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