Ginjal e Lisboa

Ginjal e Lisboa

30 junho, 2011

Este poema começa por te comparar com as constelações

Será a mulher amada sobretudo um refúgio triste da imaginação? Não, não creio. Refúgio sim, refúgio da imaginação, sim, mas triste, não.

Será a mulher a mais perfeita realização do milagre da criação? Sim, creio que sim.

Estrelas, luz, natureza divina, silêncio, são palavras que ocorrem quando um homem pensa na mulher amada? Talvez (... geralmente 'silêncio' não...).

Deve um homem dizer bem alto que tem falta da mulher amada? Pode, mas não leva a nada. O que deve fazer é ir procurá-la.

Há poucas horas, numa paragem de autocarro em Cacilhas, mesmo às portas do Ginjal

Este poema começa por te comparar
com as constelações,
com os seus nomes mágicos
e desenhos precisos,
e depois
um jogo de palavras indica
que sem ti a astronomia
é uma ciência infeliz.
Em seguida, duas metáforas
introduzem o tema da luz
e dos contrastes
petrarquistas que existem
na mulher amada,
no refúgio triste da imaginação.

A segunda estrofe sugere
que a diversidade de seres vivos
prova a existência
de Deus
e a tua, ao mesmo tempo
que toma um por um
os atributos
que participam da tua natureza
e do espaço criador
do teu silêncio.

Uma hipérbole, finalmente,
diz que me fazes muita falta.


('Paráfrase' de Pedro Mexia in Menos por Menos)

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