O sol vai introduzir a noite e eu estou aqui presa no meu corpo, indiferente à ocupação do espaço.
Visto-me assim, sem jeito, triste e se rio é apenas por disfarce. Estou presa às sementes de ilusão de que eu própria me alimento.
(Mulher olha Lisboa no Cais de embarque de Cacilhas, indiferente ao Tejo que corre aos seus pés)
O meu corpo preso
visto no seu jeito triste
ou no riso que é disfarce
aonde caem as pedras
persiste em círculos
de água para sossegar
indiferente à ocupação
da árvore pelos finórios
que chegam quando
o sol introduz a noite
e posso colher restos
de frutos caídos
ou as sementes
da ilusão.
(Sementes da ilusão, mais um poema de Emerenciano, in Ir & Vir)
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