Em Cacilhas, de frente para Lisboa, num dia sombrio, o Tejo escuro, agitado |
Eu não tinha este rosto de hoje,
assim calmo, assim triste, assim magro,
nem estes olhos tão vazios, nem o lábio amargo.
Eu não tinha estas mãos sem força,
tão paradas e frias e mortas;
eu não tinha este coração que nem se mostra.
Eu não dei por esta mudança,
tão simples, tão certa, tão fácil:
Em que espelho ficou perdida a minha face?
Mais importante que o espelho é reencontrar tudo o que lá ficou.
ResponderEliminarEu estava a passear à beira do rio e estava frio e húmido, ninguém por ali. Com excepção para um senhor, olhos no chão, andar um pouco vergado. Fotografei-o porque achei tocante a sua quase fragilidade ali no meio de uma paisagem tão inclemente mas tão bonita.
ResponderEliminarQuis encontrar um poema assim e encontrei este de que gostei bastante, sobre este filmezinho.
A vida é assim mesmo, vamos sendo outros, o que fomos fica nas fotografias, nas memórias. Não é que isso seja forçosamente mau. Há novas vidas por viver e isso talvez requeira que sejamos outros.
Um abraço, jrd.