Despenhei-me do alto do meu sonho. Pensava que vivíamos os dois numa casa comum, que a mão que me davas era prova de afecto, pensava tantas coisas. E estava, afinal, tão enganada. Tudo o que tinha por certo era apenas um engano, um desacerto.
Sem aviso prévio, partiste e eu fiquei partida por dentro. Despenhei-me, caída para sempre num chão que se esvaíu sob o meu corpo.
Quem por mim passou disse apenas 'aqui jaz um sonho' e seguiu indiferente. Morrem tantos sonhos todos os dias...
[Abaixo da lua, um poema de João Vasco Coelho e, logo a seguir, mais um belo momento de jazz. Seria bom que Cecile conseguisse animar este espaço, hoje tão desolado]
A lua sobre uma casa em ruínas no Ginjal |
Um amor que desaparece,
um desacerto
que marca um voo a prumo,
ainda ontem o sabia,
não sabia mesmo nada.
[Desacerto de João Vasco Coelho in 'Na ordem do dia']
Um desacerto que (lhe) acertou em cheio...
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