Ora bolas para isto. Bolas para isto tudo. Bolas para o nada que é isto. Nada para a bola que é tudo. Tudo que não nada para a bola.
Trocas as sílabas do nada e da bola: na-da bo-la. Na-bo da-la.
Trocas as sílabas do nada e da bola: na-da bo-la. Na-bo da-la.
Faz pouco de todos. Faz pouco de tudo. Faz pouco de nada. Faz nada de pouco. Nada até fazer pouco. Nada até à bola.
Pratica a bola até nadar tudo. Pratica o nada até bolar tudo.
Troca tintas mas não troques a bola. Nada pouco para não fazeres tudo.
Nada faz sentido. Sente até fazer nada. Nada a bola faz. Nem fala nem ri. Gaita para a bola. Bolas para a bola.
Nem percebo para que é que a bola é para aqui chamada. Foste tu que chamaste a bola? Foste tu que apagaste a chama?
Repito: nada faz sentido. Nada. Bolas!
E pára de fazer tão bem o mal, bolas.
Repito: nada faz sentido. Nada. Bolas!
E pára de fazer tão bem o mal, bolas.
[Alberto Pimenta estreia-se hoje aqui no Ginjal. Em tempos de estranheza é dos seres que melhor usam palavras à toa que gosto de me rodear. Na música, temos gaita de foles pelos Gaitafolia.]
Parede no Ginjal |
já tentaste praticar o bem
fazendo mal?
já tentaste praticar o mal
fazendo bem?
já tentaste praticar o bem
fazendo bem?
já tentaste praticar o mal
fazendo mal?
já tentaste praticar o bem
não fazendo nada?
já tentaste praticar o mal
fazendo tudo?
já tentaste praticar tudo
não fazendo nada?
e o contrário, já tentaste?
já?
seja qual for a tua resposta,
não sei que te diga.
['Já?' de Alberto Pimenta in 'Prodigioso Acanto']
Há quem faça o mal muito bem e o bem muito mal.
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