Fiz um conto para me embalar
Fiz com as fadas uma aliança.
A deste conto nunca contar.
Mas como ainda sou criança
Quero a mim própria embalar.
Estavam na praia três donzelas
Como três laranjas num pomar.
Nenhuma sabia para qual delas
Cantava o príncipe do mar.
Rosas fatais, as três donzelas
A mão de espuma as desfolhou.
Nenhum soube para qual delas
O príncipe do mar cantou.
Nuvens correndo num rio
Quem sabe onde vão parar?
Fantasma do meu navio
Não corras, vai devagar!
Vais por caminhos de bruma
Que são caminhos de olvido.
Não queiras, ó meu navio,
Ser um navio perdido.
Sonhos içados ao vento
Querem estrelas varejar!
Velas do meu pensamento
Aonde me quereis levar?
Não corras, ó meu navio
Navega mais devagar,
Que nuvens correndo em rio,
Quem sabe onde vão parar?
Que este destino em que venho
É uma troça tão triste;
Um navio que não tenho
Num rio que não existe.
Harmonioso vulto que em mim se dilui.
Tu és o poema
e és a origem donde ele flui.
Intuito de ter. Intuito de amor
não compreendido.
Fica assim amor. Fica assim intuito.
Prometido.
[Natália Correia]
A ideia era mesmo essa, eu até costumava ser boa assessora!
ResponderEliminarE vi que no Ginjal havia poemas da Natália, sinal de que gostava dela.
A Hélia era uma das poetas que lia hj na Casa FP.
Bj e descanse bastante ok?
Antonieta
Olá Antonieta,
EliminarAssessora ou produtora, das que encontram motivos de interesse para depois serem desenvolvidos. Gosto muito da Natália, sim. É daquelas mulheres extrovertidas, excessivas, que, quando lhe dava para escrever, escrevia de seguida, com exuberância.
Agradeço a dica.
E estou de descanso, sim. Por isso, por estes dias a minha produção até deve ser reduzida. Não sei.
beijinhos.
Poeta com raízes, hastes e corola.
ResponderEliminarBela homenagem.
Abraço
jrd,
EliminarQue coisa fantástica de se dizer de uma mulher-poeta. E acho a imagem perfeita. Fiquei encantada com o que escreveu.
um abraço.
ResponderEliminarGostei de encontrar aqui Natália Correia.
Sim, vinte anos e algum olvido...
Bjs
Olinda
Olá Olinda,
EliminarDevia haver um canal de televisão que fosse o Canal Poesia para ir lembrando uns e divulgando outros. De uma certa maneira é o que eu, à minha diminuta escala, tento fazer aqui.
Beijinhos, Olinda!