Ginjal e Lisboa

Ginjal e Lisboa

01 janeiro, 2013

Só pode ser ali e por pouco tempo


Vita brevis. Tempus fugit.

Deram-nos a vida e escolheram-nos o sítio onde a viveríamos. Um pequeno rectângulo. E um instante, não mais que um breve instante.

Tão breve esse instante que não desperdiçarei nenhum pequeno fragmento. Nem aceitarei de bom grado que quem quer que seja estrague o breve instante que é a minha vida. E as águas que vierem e o calor e as chamas que vierem será para meu deleite, não para minha derrota. 

Por isso, agarro a vida com as mãos, com os dentes, e fixo as imagens que vejo e espalho as palavras que nascem de mim pelos espaços para que o meu breve instante atravesse os tempos, os espaços, chegue até onde os pássaros se acolhem, chegue até vós.

E agradeço ao desconhecido deus benevolente que olha por mim e peço que assim continue, protector e amigo, e que olhe também por vós, meus Amigos.

E que nunca caiam as pontes entre nós.



[Há pouco, ao comentar o post da Olinda Melo, lembrei-me da canção do Pedro Abrunhosa e, por isso, essa é hoje a minha escolha]


Fogo de artifício visto da janela na passagem de ano 2012/2013
Façamos com que haja razões para festejar




                                            Um deus benevolente atribuiu-nos
                                            uma morada

                                            Disse: só pode ser ali
                                            e por pouco tempo

                                            Que a invasão das águas
                                            o calor e as chamas

                                             não tardam
                                             E assim foi



                                             [Poema de Rui Caeiro in O quarto Azul e outros poemas]

8 comentários:


  1. Desculpe., mas para responder à suia belíssima prosa só me sai uma versalhada!

    SAIR

    Deixar Lisboa, os filhos , a casa
    coisas , sons, lugares
    hábitos, rotinas
    alimento diário dos sentidos
    que também somos nós
    um aconchego subtil da memória
    para fingir viver
    em outros ares
    para sentir, para ver
    para descansar
    em outros mares
    palcos vivos
    de uma outra História.

    De UM DIÁRIO DE BORDO

    http://issuu.com/jaquim/docs/di_rio_de_bordo-sri_lanka

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    1. Olá Joaquim,

      Mas eu fico perplexa com a sua produção...! Estive a ver e fico espantada. Por um lado, o domínio das tecnologias. Desconhecia esse site onde colocou o seu diário de bordo. Depois as suas viagens tão bem documentadas. Depois as palavras que acompanham as imagens...

      Que dinamismo, que energia... e que capacidade de trabalho...!

      Muito obrigada. Gostei imenso de tudo e gostei da sugestão implícita: cruzar os espaços, percorrer outros territórios, aproveitar o tempo vivendo várias vidas. Boa ideia. Fica registada.

      Um abraço!

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    2. Olhe que não...olhe que não!!!!!!

      um abraço

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  2. De mansinho cheguei ao "Ginjal", e que bem se está aqui!
    Por favor, não perca essa garra de viver, não perca essa capacidade de agarrar a vida, de a beber com gosto.

    Bom Ano.
    Tudo de bom.

    Beijinho.

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    1. Olá GL,

      Gosto de começar o meu dia na blogosfera (ou melhor, a minha noite) por aqui. Predispõe-me bem. A escolha de músicas, poemas, fotografias é uma coisa que me agrada e que me dá vontade de escrever. Tudo 'numa boa'. Só depois, saio para o UJM.

      Geralmente só ao fim de semana é que interrompo por aqui pois acontece não ter tempo.

      Fico muito contente que goste.

      Obrigada, GL.

      Um abraço!

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  3. AS nossas margens estarão sempre ligadas porque cá estaremos a segurar as pontes.
    Um abraço e um bom 2013

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    1. Certo. É uma boa manifestação de intenções. da minha farte, sou um verdadeiro pilar :)

      Um abraço e que venha o 2013 que cá estaremos para o encarar de frente.

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