Vem meu querido menino, vem, coloca a tua mãozinha no meu peito, sente o meu coração quase gasto.
Vem, meu menino lindo, dá-me a tua mãozinha branca, com refeguinhos fofos, quentinha, deixa-me enchê-la de beijinhos.
Vem, queridinho pequenino, prende-me a ti, prende-me à vida, não deixes que o meu destino se cumpra já, prende a minha mão.
Diz-me, meu menino mais lindo, diz-me que vale ainda a pena, diz-me que fique, que a vida é boa, diz-me que essa é a verdade.
Ou então brinca aqui ao meu lado, deixa-me ver-te, deixa reviver em ti toda a minha vida.
[Meu caro Leitor, se quer ouvir música, está no local certo. Desça um pouco mais - passará pela fotografia, a seguir pelo poema de pedro Tamen e, logo a seguir, estará com Martin Codax que integra o ciclo da música medieval]
Avó e neto no Ginjal, sobre o tejo, de frente para Lisboa |
Atarda a mão que vai ao rés do colo
mexericar no veio da lembrança
de brancuras fatais, refegos curtos,
olores de tepidez humedecida
por suores impalpáveis mas palpados.
Atarda: que por mais
que a tua mão avance, nunca vence
o valor sopesado em loucas e supostas
locubrações, destinos. Atarda:
nada de bom fica de verdade e, então,
a pena de viver
não vale a pena revivê-la.
(Poema de Pedro Tamen in Memória Indescritível)
Sem comentários:
Enviar um comentário