Meu amor, meu amor. Fica sempre junto de mim. Meu amor. Sabes como sou. Sabes que toda eu sou paixão, corpo incendiado, loucura, voo, quentes abraços, mente largada. Segura-me. Abraça-me com força, e beija-me. E, nos momentos de delírio, se a noite for escura, se o futuro for distante, acende estrelas dentro de mim, deixa que o meu corpo em chama ilumine este mar, este céu. E diz-me, diz meu amor, diz que o tempo parou, diz que para sempre me terás nos braços, diz-me que ficarás sempre aqui, junto a mim, às vezes dentro de mim. Meu amor. Nunca me deixes desamparada.
[Em noite de mulheres em chamas, siga agora, por favor, para a sala abaixo, onde uma mulher se entrega a um fulgurante voo, a um fulgurante jogo: Natalia Osipova on fire]
Fim de tarde no Ginjal, mesmo rente ao Tejo |
Promete ficares sempre
junto a mim
desconhecendo o tiro e o disparo
Confessa seres o fogo da paixão
enquanto
sou loucura voo e desamparo
E se ainda assim o delírio
for pouco
estrelas no corpo debruçado
Diz-me que o tempo parou
e no desvairo
jura ser pouco, não sendo necessário
('Fogo' de Maria Teresa Horta in 'Poesia Reunida')
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