Ginjal e Lisboa

Ginjal e Lisboa

07 junho, 2011

Sinto medo e reverência pelos teus mistérios sublimes

Sou um mistério para ti e eu gosto de te manter ignorante sobre mim.

Ninguém é de ninguém mas de ti, então, é que não sou mesmo.

Mas não sintas receio nem reverência.

Sou biologia e química como qualquer outra pessoa.

No Ginjal, hoje de tarde, casal passeia junto ao rio

A tua biologia mantém-me acordado
e ignorante. Sinto medo
e reverência pelos teus mistérios
sublimes e vulgares
como o sexo e o sono,

e depois lembro-me que pertences
a outro e à sua biologia
e que eu não irei nunca
dormir junto do amor
químico do teu ventre.


('A tua biologia' de Pedro Mexia in 'Menos por menos')

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