Ginjal e Lisboa

Ginjal e Lisboa

16 maio, 2011

É em dias de maior paixão que pelo coração se chega à pele

O mar irrompe, a maresia toca-nos, chega-nos até à pele, entra no coração de quem por aqui anda.

Gaivotas, ondas, árvores, barcos, vento, sol e nuvens, pescadores, caçadores de imagens, casais, são uma só realidade.

Que felicidade imensa estar aqui.

No jardim do Ginjal, jovem casal isolado do mundo, aprende os caminhos do amor

Ficávamos no quarto até anoitecer, ao conseguirmos
situar num mesmo poema o coração e a pele quase podíamos
erguer entre eles uma parede e abrir
depois caminho à água.

Quem pelo seu sorriso então se aventurasse achar-se-ia
de súbito em profundas minas, a memória
das suas mais longínquas galerias
extrai aquilo de que é feito o coração.

Ficávamos no quarto, onde por vezes
o mar vinha irromper. É sem dúvida em dias de maior
paixão que pelo coração se chega à pele.
Não há então entre eles nenhum desnível.


(Paixão de Luís Miguel Nava)

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