Junto ao Tejo, sózinha, mulher medita, olha o rio, Lisboa |
Depois de ti
o dilúvio: esgotaram-se as imagens
e não posso mudar o que diziam:
o dilúvio: esgotaram-se as imagens
e não posso mudar o que diziam:
há um esvaziamento, uma degradação,
que em pouco tempo tornam
o real absoluto no real possível:
que em pouco tempo tornam
o real absoluto no real possível:
e nunca mais hei-de sentir o mundo
tão alto como os versos e não o contrário,
e nunca mais poderei dizer a ninguém:
tão alto como os versos e não o contrário,
e nunca mais poderei dizer a ninguém:
os teus olhos são tão belos como os teus olhos.
('Depois de ti', belo poema de amor e saudade de Pedro Mexia in 'Menos por Menos')
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