Ginjal e Lisboa

Ginjal e Lisboa

11 maio, 2011

Depois de ti o dilúvio

Junto ao Tejo, sózinha, mulher medita, olha o rio, Lisboa

Depois de ti
o dilúvio: esgotaram-se as imagens
e não posso mudar o que diziam:

há um esvaziamento, uma degradação,
que em pouco tempo tornam
o real absoluto no real possível:

e nunca mais hei-de sentir o mundo
tão alto como os versos e não o contrário,
e nunca mais poderei dizer a ninguém:

os teus olhos são tão belos como os teus olhos.


('Depois de ti', belo poema de amor e saudade de Pedro Mexia in 'Menos por Menos')

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