Gostavas de me ver rir, gostavas de me fazer rir, gostavas que eu risse para ti.
E o que me fazias rir...
E o que eu gostava de te ver rir...
E todos dias, nas horas puras do amanhecer, eu me vestia para ti, para que me visses renascida; e, todos os dias, quando o sol se punha, eu me preparava para deslizar até ao dia seguinte.
Confiava em ti e tu confiavas em mim e iríamos até ao fim do dia.
No Ginjal, bem junto ao Tejo, mulher espreita... |
És e renasces como a pura linha do amanhecer
e como o sol primeiro és incandescente
rosado de repente e logo a pouco
e pouco cada vez mais rubro e mais intenso
até à amarela gema de ovo que é o sol a pôr-se
Quanto eu não dava deus por sempre te ouvir rir
riso tão fresco como tilintar de louça
Não confies em mim mulher mas desconfio haver de amar-te
até ao fim do mundo frase conhecida que me surge
(Excerto de 'Elogio e pranto por uma mulher', de Ruy Belo in 'O tempo das suaves raparigas e outros poemas de amor')
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