Nestes dias brancos, sem memória, em que, dia após dia, adio a tua voz, acompanha-me o silêncio.
Escondo as lágrimas pelas cartas que não escrevo, pela voz que não procuro.
Pouco ou nada tenho de ti, apenas a memória do teu sorriso, das tuas palavras, do teu olhar.
Avistado do Ginjal, barco atravessa o Tejo numa manhã branca, ao largo de uma Lisboa branca |
Tropeço no ensurdecedor
silêncio da tua voz. Um tempo
adiado. Tempo de cicatrizes.
O desaconchego do orgulho
nas tuas esquinas im
pacientes. O teu sorriso pouco.
Ainda ontem aprendiz
ainda ontem navegante.
Mareante a amar-te mais.
Recordo agora
o sobressalto relojoado,
o choro que me sobrou
a carta que não escrevi.
Pouco ou nenhum
era o espólio consentido.
(Sentido 'Tropeço no ensurdecedor silêncio' de Eduardo Pitta in Desobediência)
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