Um dia voltarás para me contar relatos de viagens, confissões de segredos, naufrágios escondidos, os oceanos gelados por onde tens navegado.
E eu aqui estarei à tua espera. A esta mesa junto ao rio espero por ti.
Esta gaivota, que é o meu pensamento, voa e leva-me até ti que andas ali, ao largo.
Não tenho pressa, não tenhas presa. Não se deve esperar que o amor se explique facilmente. Não, eu sei que agora, assim, atrás das coisas, atrás do mundo que nos rodeia, ele cresce, em silêncio.
Da verdade do amor não digamos, por enquanto, ainda nada.
Mesa de restaurante no Ginjal, com gaivota, veleiro e o Tejo |
Da verdade do amor se meditam
relatos de viagens confissões
e sempre excede a vida
esse segredo que tanto desdém
guarda de ser dito
pouco importa em quantas derrotas
te lançou
as dores os naufrágios escondidos
com eles aprendeste a navegação
dos oceanos gelados
não se deve explicar demasiado cedo
atrás das coisas
o seu brilho cresce
sem rumor
relatos de viagens confissões
e sempre excede a vida
esse segredo que tanto desdém
guarda de ser dito
pouco importa em quantas derrotas
te lançou
as dores os naufrágios escondidos
com eles aprendeste a navegação
dos oceanos gelados
não se deve explicar demasiado cedo
atrás das coisas
o seu brilho cresce
sem rumor
(Da verdade do amor de José Tolentino Mendonça in A noite abre meus olhos - poesia reunida)
ouve-se o correr da brisa, suave...
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