Ginjal e Lisboa

Ginjal e Lisboa

05 janeiro, 2011

Talvez além do que tu vês não esteja nada, nem a alada criatura com que sonhas

Aprende a nada querer, a nada ter. Apenas a ser. Apenas a ver, apenas a viver.

(Talvez nisso que vês só haja espelho de um desejo - aqui no Ginjal, sobre o Tejo)


Talvez além do que tu vês
não esteja nada
nem a alada cratura com que sonhas
sequer a sombra da sombra de uma sombra

Talvez nisso que vês só haja espelho
de um desejo sem rosto e sem esperança
que toda a vida (às vezes) seja apenas
esse deserto crescendo à tua volta

Aprende a não amar o amor
a nada querer
não desejar o desejo
nada ter.


(Carta de Navegação, belo poema de Bernardo Pinto de Almeida)

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