Ginjal e Lisboa

Ginjal e Lisboa

27 janeiro, 2011

Deixa tocar-te para sentir o que sinto ao tocar-te

Só contigo sinto o que sinto ao tocar-te.
Quando estou contigo ou  mesmo quando, simplesmente, converso contigo, tenho aquela estranha sensação de não pensar.
Nem preciso porque o tempo flui, as palavras fluem, os sentimentos fluem. Para quê, então, pensar? Não é preciso nem há tempo para isso.
Nessas alturas sou primitiva, sou corpo, sou, na verdade, apenas eu, só eu, toda eu.
Sabes isso, não sabes?

(Sedução às portas do Ginjal, no cais de embarque para Lisboa, em Cacilhas)

Toco-me
e não sinto
o que sinto
ao tocar-te.

Deixa tocar-te
para sentir
o que sinto
ao tocar-te
uma sensação
estranha
de não sentar.

Ainda sou
primitivo
ou primeiro
não sei bem
corpo da língua
que me faz
dizer sem tocar-te
corpo que és
e eu sou arrasto
do difícil do acto
de ligar-me.

[Desejo de Emerenciano in Ir & Vir (palavras & imagens), livro diferente e interessante que se recomenda]

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