Meu amor dá-me os teus lábios, dá-me os lábios desse rio.
E juro-te que a minha boca, ao separar-se da tua, irá repetindo e lembrando 'sei de um rio, sei de um rio'.
Para ti eu criarei um dia puro, livre com o vento e repetido como o florir destas ondas ordenadas do Tejo, aqui no Ginjal, meu amor.
(Homem-Gaivota numa manhã de neblina no Ginjal, Lisboa ao fundo, o Tejo apaziaguado - talvez de todas até agora, a minha fotografia preferida)
Que nenhuma estrela queime o teu perfil
que nenhum deus se lembre do teu nome
que nem o vento passe onde tu passas.
Para ti eu criarei um dia puro
livre com o vento e repetido
como o florir das ondas ordenadas
(de Sophia de Mello Breyner Andresen)
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