Há um véu no meu olhar.
Palavra a palavra fomos construindo um poema proibido, um poema prometido, o que pensávamos que seria amor.
Até que já não sabíamos como acabar o poema, nem sabíamos se o poema se queria acabar.
E dou por mim, como se fosse uma princesa prometida a chamar por ti para saber se queres acabar o poema.
Ou o amor.
Há um véu no meu olhar.
(Pensando na vida, numa tarde no Ginjal, o Tejo aos pés, Lisboa do outro lado)
Mas é assim o poema: construído devagar,
palavra a palavra, e mesmo verso a verso,
até ao fim. O que não sei é
como acabá-lo; ou, até, se
o poema quer acabar. Então, peço-te ajuda:
puxo o teu corpo
para o meio dele, deito-o na cama
da estrofe, dispo-o de frases
e de adjectivos até te ver,
tu,
o mais nu dos pronomes. Ficamos
assim. Para trás, palavras e versos,
e tudo o que
não é preciso dizer:
eu e tu, chamando o amor
para que o poema acabe.
(Até ao Fim in de Pedro, Lembrando Inês, Nuno Júdice)
palavra a palavra, e mesmo verso a verso,
até ao fim. O que não sei é
como acabá-lo; ou, até, se
o poema quer acabar. Então, peço-te ajuda:
puxo o teu corpo
para o meio dele, deito-o na cama
da estrofe, dispo-o de frases
e de adjectivos até te ver,
tu,
o mais nu dos pronomes. Ficamos
assim. Para trás, palavras e versos,
e tudo o que
não é preciso dizer:
eu e tu, chamando o amor
para que o poema acabe.
(Até ao Fim in de Pedro, Lembrando Inês, Nuno Júdice)
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