Ginjal e Lisboa

Ginjal e Lisboa

08 dezembro, 2010

E é a força sem fim de duas bocas, de duas bocas que se juntam, loucas!

O meu coração voa no ar, tentando encontrar o teu que ande também perdido.

Como seria, meu amor, se os nossos corações se encontrassem?

Imagino que as nossas bocas se uniriam, com uma força sem fim, loucas.

Mas seria?

(Gaivota vigia o Ginjal, sob o céu azul que cobre o azul do Tejo)

Congresso de gaivotas neste céu
como uma tampa azul cobrindo o Tejo.
Querela de aves, pios, escarcéu.
Ainda palpitante voa um beijo.

Donde teria vindo! (Não é meu...)
De algum quarto perdido no desejo?
De algum jovem amor que recebeu
mandado de captura ou de despejo?

É uma ave estranha: colorida,
vai batendo como a própria vida,
um coração vermelho pelo ar.

e é a força sem boca de duas bocas,
de duas bocas que se juntam, loucas!
De inveja as gaivotas a gritar...

(O beijo de Alexandre O'Neill)

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