O peso insuportável do amor, a despedida, o peso da voz, a solidão exposta, o desgosto.
Amei-te como se fosse a mais indefesa princesa; mas não sei se dura sempre esse teu beijo, amante dessa teia que o amor tece. Estás tão longe, nessa Lisboa que, distante, amanhece.
Às vezes despedimo-nos cedo demais.
(Lisboa que amanhece, vista do Ginjal, o Tejo azul de permeio)
Às vezes despedimo-nos tão cedo
que nem lágrimas há que nos suportem o
peso da voz à solidão exposta
ou
de lisboa no corpo o peso triste
Às vezes é tão cedo que nos vemos
omitidos
enquanto expõe
o peso insuportável do amor
a despedida
É tão cedo por vezes que lisboa
estende sobre os corpos o desgosto
Com os dedos no crânio despedimo-nos
que nem lágrimas há que nos suportem o
peso da voz à solidão exposta
ou
de lisboa no corpo o peso triste
Às vezes é tão cedo que nos vemos
omitidos
enquanto expõe
o peso insuportável do amor
a despedida
É tão cedo por vezes que lisboa
estende sobre os corpos o desgosto
Com os dedos no crânio despedimo-nos
("Às vezes despedimo-nos tão cedo" de Gastão Cruz, in “Poemas Reunidos” )
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