De onde vem esse beijo transparente, de onde vem este amor que me pressente?
Amargo beijo esse que o tempo dá sem aviso a quem não esquece.
(Porta no Ginjal - a dignidade que sobrevive ao tempo)
Acordo com o teu nome nos
meus lábios - amargo beijo
esse que o tempo dá sem
aviso a quem não esquece.
(in 'Nenhum nome depois' de Maria do Rosário Pedreira)
que remédio, a diginidade continua a ser a melhor arma dos "pobres" e "abandonados", G...
ResponderEliminarCaro Luís, não é que discorde mas também não concordo. Não creio que a situação do Ginjal tenha a ver com pobreza. É abandono, sim, sem dúvida, mas creio que é sobretudo falta de visão, falta de estratégia, falta de sentido político no sentido da gestão da 'polis'. E a dignidade de que falo é a dignidade em sentido absoluto que se encontra impregnada em tudo ali, desde as casas, aos cais, aos navios, passando pelos pescadores - apesar da degradação a que se assiste, tudo no Ginjal é digno, é belo. Não sei se é o Tejo que lava as tristezas, não sei se é a visão de Lisboa, não sei se é a protecção do morro. O que sei é que a baixa qualidade da gestão (ao longo de anos) não conseguiu destruir a beleza digna do Ginjal.
ResponderEliminareu sei, daí dizer que a melhor arma do Ginjal (abandonado...), é a sua beleza e dignidade.
ResponderEliminarapesar do abandono, está ali, firme, de mão dada com o Tejo, capaz até de nos sorrir...
em relação ao resto, são opções políticas. quem governa Almada, está de costas voltadas para o rio, por isso é que nunca os projectos andam a passo de caracol e de secção em secção, para ser mais fácil sacudir a "água do capote"...
Em qualquer parte do mundo - acho eu - um lugar mágico como é o Ginjal seria acarinhado, desenvolvido, protegido. Aqui, estupidamente, é deixado anos a fio a degradar-se. Acho que há um projecto. Que venha ele e que seja de qualidade. Contudo, mesmo assim, gosto deste espaço encantatório. (PS: E respeito a opinião dos outros, mesmo quando me parece preconceituosa)
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