Abençoo-te porque me levas onde a luz do prazer nasce das trevas. Abençoo-te, não porque te dás, mas porque o teu prazer é o meu prazer e só no teu prazer encontro paz.
Promete lá outro encontro que o outro foi tão fugaz que nem deu para ver como era o fogo que a tua boca prometeu e quero dizer-te cara a cara que é muito mais o que nos une que aquilo que nos separa!
(Amar sobre o Tejo, numa manhã no Ginjal, Lisboa do outro lado)
Bendita sejas tu porque mulher
bendita sejas não porque te dás
mas porque o teu prazer é o meu prazer
e só no teu prazer encontro paz.
Correrão muitos rios mas o teu
é o que me leva às águas do baptismo
contigo em cada orgasmo eu subo ao céu
noite a noite contigo eu vejo o abismo.
Corre o Jordão e o Tibre os rios correm
contigo em cada orgasmo eu me baptizo
contigo noite a noite a dor e o riso.
Nas curvas do teu corpo os diabos morrem
bendita sejas tu porque me levas
onde a luz do prazer nasce das trevas.
(in Sete Sonetos e um Quarto de Manuel Alegre)
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