Ginjal e Lisboa

Ginjal e Lisboa

18 outubro, 2010

Entro no amor como em tua casa

De manhã ou à tarde ou à noite.

(Pátio no Ginjal que dá acesso a portas que dão acesso a casas, com escadas que sobem sabe-se lá para onde)

Regresso devagar ao teu
sorriso como quem volta a casa. Faço de conta que
não é nada comigo. Distraído percorro
o caminho familiar da saudade,
pequeninas coisas me prendem,
uma tarde num café, um livro. Devagar
te amo e às vezes depressa,
meu amor, e às vezes faço coisas que não devo,
regresso devagar a tua casa,
compro um livro, entro no
amor como em tua casa.

(Manuel António Pina)
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2 comentários:

  1. Lady Marian18 outubro, 2010

    Muito, muito, muito bom.. Onde descobriste? Um dos livros da pilha?

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  2. Lady Marian, este poema faz parte da Antologia de poesia portuguesa, Poemas de Amor, organizada pela Inês Pedrosa, livro que circula entre a estante, as pilhas e a mesa de trabalho. E concordo: muito bom mesmo.

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